Mão na massa.
Uma fofoca que já existe desde a Roma antiga: não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la.
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Teste de contato nos pacientes em uso de dupilumabe
DERMATITE ATÓPICA
Imagina o paciente com dermatite atópica (DA) mandando bem no tratamento com dupilumabe, mas, êita , surgem lesões nas pálpebras e uma conjuntivite.
E agora, José?
Será que o dupilumabe, que manda ver na via Th2, tá deixando a desejar porque a resposta Th1 está presente nas fases mais avançadas da DA??
Ou, nada disso, tisc tisc, as lesões são de dermatite de contato alérgica (DCA).
Bora de teste de contato (TC) pra desvendar esse mistério!
🤔 Mas.. será que dá pra confiar no TC se o paciente está em uso de Dupilumabe?
Este estudo prospectivo e multicêntrico foi realizado em 19 centros franceses, incluiu 76 pacientes com ≥12 anos, tratados com dupilumabe para DA moderada a grave, e que realizaram teste de contato.
Teve visita inicial com início do dupilumabe, teste de contato 4 meses depois, e quem quis, voltou depois pra contar se melhorou ao fugir dos alérgenos. O objetivo era identificar se, além da DA, a DCA também estava contribuindo para os sintomas cutâneos dos pacientes, o que poderia exigir ajustes no tratamento, como evitar certos contatos.
Aqui estão os resultados:
88% deram uma melhorada, mas não 100% (dupi é bom, mas não faz milagre rs);
47% tiveram aquele positivão no teste de contato (≥1 reações positivas), especialmente para metais (42), fragrâncias (32) e conservantes (22);
Dos 16 que voltaram pra contar história, 5 viram melhoras com a evasão dos alérgenos (1 com lesão na pálpebra, 2 na cabeça e pescoço e 4 nas mãos).
Houve alta taxa de consistência (83,1%) entre os resultados do teste de contato obtidos antes e após o dupilumabe (quem era positivo continuava positivo e quem era negativo continuava negativo), mostrando que o remédio não interferia na identificação de substancias pelo teste de contato.
Então, fica a dica: se o tratamento de DA não tá 100%, um teste de contato pode ser útil. O dupilumabe pode ser eficaz para DA mas não necessariamente para DCA. Atenção para eczema localizado na cabeça e pescoço, pálpebras e mãos:
Fase inicial (aguda) da DA: dominância da resposta Th2 e produção de IgE, alvo do dupilumabe.
Fase crônica da DA: envolvimento de respostas Th1 e Th17, além de Th2. A DCA é frequentemente mediada por Th1, não diretamente afetada pelo dupilumabe.
Diferentes alérgenos induzem respostas imunes variadas (ex.: níquel ativa Th1/Th17, enquanto fragrâncias e borracha estimulam Th2), influenciando a eficácia do Dupilumabe em lesões específicas.
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As mães dos noivos e o planejamento para o grande dia
COSMIATRIA
Um caso no qual a ordem dos fatores pode alterar o resultado: mães de noivos (e noivas 👰♀️) se preparando para o grande dia de seus filhos.
É provavelmente uma mulher dos 40+, que poderá se beneficiar de múltiplos procedimentos para o tão aguardado dia. Cada mãe tem uma situação diferente, uma quantia de dinheiro para gastar, um tempo maior ou menor e está vivendo um momento de emoções afloradas.
Converse com cada mãe para decidir os melhores tratamentos. Aqui vai a dica. Aproveite para criar uma plano de tratamento que faz sentido e faz a alegria das mães. Por aqui, amamos romance e festa!
Na publicação de hoje, vamos fazer aquele apanhado simpático sobre um tema interessante que acabou de sair do forninho na Journal of Cosmetic Dermatology e tem dedinhos brasileiros.
O tempo urge, e para estar bem no grande dia, essa é a timeline sugerida pelos autores para ajudar a guiar o planejamento das mamães:
Mais alguém ficou querendo um casamento para se preparar? rs
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Conduta nas lesões orais insistentes do pênfigo vulgar
TERAPÊUTICA
Sabe o seu paciente que tem pênfigo vulgar (PV) e que melhorou tudo menos as lesões da boca? Essa publicação será últil e conta-nos a história de 3 pacientes.
O paciente 1 foi tratado inicialmente com prednisona oral 40 mg/dia e ciclosporina 75 mg 3x/dia. Os pacientes 2 e 3 fizeram o tratamento com metilprednisolona 60 mg/dia, azatioprina 50 mg 2xdia e imunoglobulina 0,4 g/Kg uma vez. A azatioprina foi trocada por micofenolato mofetil 1000 mg 2xdia no paciente 2 por conta de leucopenia.
O tratamento melhorou as lesões do couro cabeludo, corpo e parte das lesões da boca, com queda dos anticorpos anti-desmogleína.
O problema foi a boca, que não melhorava. Tentaram (paciente 1 e 2) triancinolona injetável no local, sem sucesso - e com piora no paciente 1.
Às vezes, a gente pensa em soluções tão mirabolantes enquanto elas podem ser mais fáceis que imaginávamos: um simples PCR para herpes vírus. O paciente 1 e 2 foram positivos para HSV-1 e o paciente 3 positivo para HSV-2. Daí foi fácil: administrado fanciclovir 250 mg 3x/dia, por 2 semanas com melhora nos 3 pacientes. Detalhe da história, nenhum dos pacientes tinham história de infecção por herpes.
Quando lemos o título do artigo, a gente já espera por um novo medicamento, um anticorpo hiper mega específico que vai dar cabo nas lesões orais refratárias do PV.
É conhecida a dificuldade de melhora das lesões orais do PV, mas a gente deve ampliar nosso olhar e pensar em outras possibilidades, mais simples. Outros dois estudos já publicados confirmaram a infecção pelo HSV em lesões orais de PV refratárias.
Não saiu um novo medicamento, mas saiu uma dica valiosa!