Pele de milhões.
Você sabia que um centímetro quadrado de pele é composto por 19 milhões de células? Literalmente, a pele de milhões rs.
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Análise histológica e técnicas combinadas no estímulo de colágeno
COSMIATRIA
Passar pelo bisturi nem sempre a gente quer, mas é cada vontade de rejuvenescer rs! Essa é para quem corre do bisturi.
De acordo com relatório da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS), houve um aumento de 317% no uso de preenchedores entre os anos 2000 e 2017. O lifting facial feito com MFU (Ultrassom microfocado) é a única tecnologia de lifting aprovada pela FDA que age diretamente sobre a pele e o SMAS (Sistema Músculo-Aponeurótico Superficial), podendo ser combinado com bioestimuladores de colágeno ou preenchedores para dar um up no resultado.
No entanto, até o momento, não
existemexistiam estudos que mostrassem o verdadeiro efeito histológico destes procedimentos em conjunto no SMAS. Mas agora habemus provas! O estudo foi feito em uma paciente de 60 anos que estava marcada para cirurgia de lifting facial que ocorreria nos próximos 180 dias. Nesse período ela fez os tratamentos pesquisados e a pele retirada na cirurgia foi analisada no microscópio.
E quais as técnicas utilizadas?
US Microfocado (Ultherapy ®): profundidades 1.5, 3.0 e 4.5 mm, cinco sessões de ultrassom para cada profundidade.
Hidroxiapatita de cálcio (Radiesse ®): diluição de 1:1 com 1.5 cc de lidocaína sem vasoconstritor, cânula de 22G em placo subdérmico.
Ácido hialurônico (Belotero® Revive): injetado na derme profunda com uma agulha ultrafina a uma profundidade de 2.5 mm.
Microagulhamento (Dermapen 4™): 20 passagens a uma profundidade de 2.5 mm.
Os resultados? A pesquisa sugeriu que aplicar tratamentos combinados em um curto intervalo de tempo pode ter efeito sinérgico. A validade dos resultados foi reforçada pelo fato de que a mesma face foi tratada em áreas diferentes e a paciente não tinha tratamentos prévios que pudessem influenciar os resultados.
Os resultados de um estudo de caso não são generalizáveis, e as análises histopatológicas de amostras únicas podem não refletir a estrutura total da área tratada. Ah sim, gostaríamos de estudos maiores e mais robustos! Mas por enquanto, pelo menos no tratamento da pele, parece que três é melhor do que dois.
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Sobre biológicos nos pacientes com psoríase e HIV: qual escolher?
PSORÍASE
Precisamos falar sobre os pacientes vivendo com psoríase e HIV (PPLHIV). Com a oferta de terapias biológicas cada vez maior (amém), qual escolher?
💡 Essa revisão sistemática trouxe luz. Foram incluídos 34 artigos, com 110 pacientes e 132 tratamentos. Os pacientes tinham em média 51,9 anos, a maioria do sexo masculino (90,9%), 32,7% com carga viral indetectável, 7,3% em fase SIDA e 96,4% usavam TARV.
Alguns pacientes já tinham tratado coinfecções como hepatite B ou C (21) e tuberculose (2). Quase metade (42,7%) dos pacientes tinham sido refratários ao tratamento sistêmico não biológico da psoríase.
Os biológicos mais utilizados foram:
Etanercept (31.1%) (anti TNF)
Ustequinumabe (22%) (anti IL12/23)
Adalimumabe (17.4%) (anti TNF)
Risanquizumabe (10.6%) (anti IL23)
Secuquinumabe (9.1%) (anti IL17)
Infliximabe (5.3%) (anti TNF)
Ixequizumabe (2.3%) (anti IL17)
Guselcumabe (1.5%) (anti IL23)
A taxa de remissão completa foi mais frequente com risanquizumabe (64.3%), seguido por secuquinumabe (58.3%) e infliximabe (57.1%).
A ordem de melhora média do PASI (Psoriasis Area and Severity Index) foi a seguinte:
Secuquinumabe: 90.9%
Risanquizumabe: 90.7%
Ustequinumabe: 87.6%
Ixequizumabe: 88.1%
Etanercept: 80.6%
O secuquinumabe e risanquizumabe tiveram a maior média de melhora no PASI, seguidos por ustequinumabe, ixequizumabe e etanercept.
O tempo médio de duração dos tratamentos foi de 455,3 dias. Alguns pacientes usavam medicamento sistêmico junto (8,2%), sendo que o metrotexato era o mais comum. Apesar da melhora inicial, alguns pacientes (4,5%) tiveram recaída da psoríase.
👍 A contagem de CD4+ permaneceu estável ou melhorou em 75% dos pacientes.
Eventos adversos, o que poderia dar ruim: 23 eventos adversos (EA) foram relatados em 12 pacientes (10.9%). Os mais comuns eram infecções gastrointestinais (3%, 4/132) e urogenitais (2.3%, 3/132), mas houveram infecções graves. Houve uma interrupção do tratamento (0.8%) relacionada ao infliximab devido a tuberculose miliar.
Dois óbitos relacionados ao tratamento (1.8%) ocorreram com etanercept (infecção articular e peritonite aguda). A maioria dos EAs graves (78.9%, 15/19) e todos os óbitos relacionados ao tratamento ocorreram com anti-TNFα.
A revisão sugere que os biológicos anti interleucinas são mais favoráveis no tratamento da psoríase de pacientes com HIV, apoiado no maior estudo até o momento (23 pacientes), que demonstrou taxas significativas de sucesso com risanquizumabe, ustequinumabe e secuquinumabe em alcançar PASI 90.
As limitações da revisão incluem o tamanho pequeno da amostra e o viés de publicação (apenas os estudos com resultados positivos podem ter sido publicados). Apesar disso, vemos que esses pacientes podem se beneficiar dos tratamentos mais novos.
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Uma medida para o controle do prurigo nodular
PRURIGO
Por aqui a gente adora uma novidade para ajudar na hora da consulta com os pacientes e aqui vai uma: um teste para medir a atividade do prurigo nodular.
Já conhecem?
Hora do vamos ver: na prática do dia a dia, os pacientes devem responder às perguntas com base em suas experiências nas últimas duas semanas para pontuar cada item do teste. As opções de resposta são graduadas de 0 a 4, com pontuações mais altas indicando maior controle da doença.
A pontuação total possível varia de 0 a 20, e no final das contas, se a pontuação total está acima de 10, você está no clube VIP do controle bem sucedido da doença.
Há uma tentativa de uso desse teste mundialmente, mas ainda precisa ser adaptado e aprovado para o público dos diversos países (versões em diferentes idiomas e adaptações culturais).
O PCT ainda não foi completamente testado e não sabemos qual mudança na pontuação indica que algo realmente significativo. Além disso, a versão do teste em inglês precisa de mais avaliação para garantir que ela seja tão eficaz quanto a versão em alemão (e também esperamos os testes em português rs). Por fim, o estudo foi realizado em centros especializados na Alemanha, e os resultados podem não se aplicar a todos os contextos ou populações sem mais estudos de validação.
Esperamos pelos testes por aqui, nas terras tropicais. Quem se habilita a validar?